terça-feira, 20 de dezembro de 2011

17 minutos - incompleto

Uma pequena fábula que escrevi antes de dormir.
17 MINUTOS
Alan sempre foi um psiquiatra competente e uma pessoa exemplar. Vivia conforme ditado pela moral da sociedade, e amava filhos e esposa, embora estivesse entediado com essa rotina.
Em uma dessas noites comuns, Alan chegou em casa mais tarde que o habitual, por ter se candidatado a cobaia num teste psiquiátrico. experimental, e ao abrir a porta de sua casa, perdeu a consciência.

Alan foi acordado por um apito estridente e alto, batendo a cabeça numa tampa de madeira. Olhou em volta e constatou que estava num caixão(embora conseguisse respirar normalmente), e ao seu lado, um relógio digital com contagem regressiva. Faltavam cerca de dezessete minutos, e Alan não sabia para quê.
Por achar que se tratava de uma mera brincadeira de seus amigos, Alan bateu na madeira do caixão e gritou para que o soltassem, mas foi tudo em vão. Alan riu(mesmo que estivesse irritado), e começou a pensar sobre qual dos seus amigos poderia ter feito isso com ele. Mesmo que vários rostos e nomes viessem a sua mente, sua memória os rejeitava, e ele não lembrava de sequer um momento vivido com essas pessoas. "O choque foi tão grande. Minha cabeça deve ter pirado" - pensou ele.
Faltavam, naquele instante, cerca de quatorze minutos.

Alan lembrou-se, de que na verdade, havia sido enterrado vivo por criminosos a mando de seu inimigo, Dominique, que almejava a mulher de Alan desde que se conheceram. Aquele caixão, para Alan, era provavelmente uma bomba relógio para se livrar do corpo. Alan se enfureceu e começou a desferir socos e cabeçadas na tampa do caixão, enquanto chorava desesperadamente de ódio.
Por um instante, entretanto, Alan se acalmou, e lembrou-se de seus filhos. Por algum motivo, eles não estavam incluídos nessa memória relacionada a Dominique. A sua mente ficou extremamente confusa.
Faltavam menos de onze minutos.

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