segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fenutsiken - incompleto

Roteiro inacabado. Quando a preguiça deixar eu continuo.

FENUTSIKEN

Capítulo I - Trovador Peregrino

Diz a lenda que o Universo ao qual este mundo pertencia surgiu quando o Tempo começou a se desenvolver, e algo vindo do futuro chamado vontade de viver trouxe à tona a existência do Espaço.
Tempo e Espaço se tornaram a essência do Universo, e deram origem aos elementos que constituíam a matéria. O Espaço, entretanto, não poderia harmonizar os mundos apenas com os elementos que haviam criado, então o Tempo criou a música, o elemento que realinhou toda a matéria e possibilitou ao Espaço a criação da vida.

Ao criar a vida, o Espaço manteve também espíritos que cuidassem da vida e protegessem o mundo, e também fez com que a natureza se diverssificasse, dando margem a várias formas de vida.
A primeira forma de vida foi a das árvores, que se comunicavam com os espíritos e com o mundo. Diferentemente das árvores do nosso mundo, as árvores de Radia se alimentavam da energia que brotava do centro do planeta, e da luz que saía do mesmo(e que caracterizava dia e noite).
Depois das árvores, surgiram os Ceifers, que eram pequenas fadas que levavam a alma dos mortos para o centro de Radia, onde esta iria fluir pela energia e renascer. Apesar desse trabalho, a real alimentação dos Ceifers era composta, basicamente, de minérios que ficavam na terra. Ninguém sabe ao certo se eles morrem ou não.
A terceira forma de vida englobava os dragões, e estes foram a primeira forma de vida com real inteligência.
A quarta e última forma de vida era a forma das espécies. A partir da evolução gradual desta forma, surgiram as feras, os peixes e os pássaros.

Após alguns milênios, se deu a ascenção de um dragão chamado Garian. Este dragão tinha a intenção de modificar, magicamente, alguns elementos da natureza para facilitar o progresso do Estado dos dragões. Os espíritos protetores foram contra e usaram os animais e as árvores para começar uma guerra.
Como a guerra estava claramente favorável aos dragões, os espíritos usaram o poder dos elementos para criar novos soldados: a partir da terra, criaram os humanos; a partir do fogo, criaram os anões; a partir do vento, criaram os elfos e a partir da água, criaram os Trovadores.
Os humanos usaram a agricultura para fortalecer a terra; os anões usaram a forja para criar armas; os elfos usaram a força para lutar e os Trovadores usaram o poder da música para manipular a energia de Radia.

O grande líder dos elfos, Valvoga, descobriu que os espíritos, após vencerem a guerra, descartariam os humanos, anões, elfos e Trovadores. Valvoga anunciou isso, e iniciou uma facção rebelde para garantir a segurança de todos, que fazia oposição aos espíritos.
Devido a esta crise interna, os espíritos foram derrotados e perderam o controle dos elementos para os dragões, enquanto as raças liberadas por Valvoga se exilaram para as montanhas frias do Norte. Enquanto os dragões desenvolviam o Estado perfeito, o povo do Norte sonhava em viver em paz e liberdade novamente(e sem a tirania imperialista dos dragões).

Até que surgiu, do fruto do relacionamento de uma humana e um elfo, um garoto chamado Erde, que assim como Valvoga, ascendeu na hierarquia tribal(apesar de ser chamado de "monstro" por puritanos) e criou a Ordem das Guildas, um sistema que dividia os membros em classes de acordo com suas especialidades, e os atribuía um segundo nome. Os membros da guilda eram quase parentes, e os mais próximos podiam formar clãs, pequenos grupos para facilitar o trabalho.
As guildas foram separadas em: Guerreiros(que defendiam a tribo de monstros); Caçadores(que caçavam e procuravam comida); Magos(que usavam o poder dos elementos aprendido com os espíritos); Médicos(que usavam ervas ou poções para vários efeitos); Peregrinos(que se aventuravam procurando recursos) e Músicos(que usavam a música para diversos efeitos. Essa guilda era exclusiva dos Trovadores). A partir da Ordem das Guildas, o Estado se desenvolveu, e Erde decidiu começar a construção do seu novo projeto.
Lerouac, como era chamada, seria uma cidade gigantesca construída no céu de Radia, e a ela seriam levados inúmeros recursos, além dos elementos.
Demoraram quase mil e quinhentos anos, e para marcar o início da nova era, criaram o calendário de Erde, que teve como marco zero a finalização de Lerouac.
Como a cidade aérea podia alcançar lugares antes inalcançáveis, o povo de Lerouac se preparou para usá-lo como arma para declarar nova guerra aos dragões, decisão que foi repreendida pelo estranho fato de não haver nada na região que deveria ser habitada por estes, a não ser uma enorme cratera, que era, inclusive, maior que a própria Lerouac.
Como não havia mais necessidade de se esconderem nos céus, e decididos a investigar o desaparecimento dos dragões, os elfos e anões quiseram pousar Lerouac, mas os humanos foram contra e os Trovadores permaneceram neutros. Mesmo a contragosto dos humanos, Lerouac pousou dentro da grande cratera, e cada espécie quis mais espaço, todas levando seus rumos.
Os humanos, como eram fracos, permaneceram em Lerouac, pois as bordas da cratera funcionavam como muros contra inimigos.
Os anões, por serem fortes e mestres da forja, foram morar em áreas montanhosas, pois teriam contato com cavernas(para montarem suas forjas), rios(para usarem a água em diversas situações) e bosques(para caçarem).
Os elfos, por terem herdado o amor pela vida dos espíritos, foram para os campos verdejantes do sul, onde poderiam viver com a natureza de forma pacífica.
Os Trovadores, por fim, não viviam em locais fixos, e simplesmente passeavam pelo mundo tocando suas músicas e dormindo nas casas de boas pessoas que encontrassem pelo caminho.
Centenas de anos se passam, as raças se desenvolvem e o ecossistema evolui. As quatro raças vivem e m paz, e não esquecendo dos velhos costumes, como a Ordem das Guildas e o calendário de Erde, começam a promover cruzadas de clãs, que visam encontrar fragmentos da tecnologia dos dragões.
Enquanto isso, no Monte Faris, uma triste canção ecoa no vazio do ambiente, sendo ouvida, apenas, por um Trovador que a contempla enquanto dá alguns passos em busca de um grande objetivo.

Capítulo II - Salvação

Enquanto saboreia carne de cervo branco, o príncipe Dain Lowed contempla sua nova criação: as luvas dainianas, que usam energia radiana para liberar pequenos choques eletromagnéticos da ponta dos dedos, a fim de causar tontura ou convulsão em quem é afetado. Já pronto para "testar" o seu novo experimento, o jovem de treze anos pula a janela do quarto de sua irmã, Ofelia, mas é pego, durante a queda, por um cavaleiro, que o leva imediatamente à sala do trono.
- Dain, meu filho - diz o rei Faust, pai de Dain - por que você torna tudo tão difícil? Por que você não age como seus irmãos, ao invés de ficar no laboratório com Aldo, aquele tolo senil e solitário, criando brinquedos perigosos para tua própria família?
- Oh, perdão, onipresente pai! Eu realmente concordo com vossa solene decisão de me exilar do mundo exterior como castigo por ser um filho que faz coisas abomináveis como estudar, enquanto seu preocupado pai conspira para obter ainda mais influência política!

Na cidade-muralha de Lerouac, o rei Faust Lowed tenta convencer a aristocracia a apoiá-lo e construir uma nova cidade aérea, mas as perversidades e a rebeldia de seu filho mais velho Dain enfraquecem a reputação do jovem rei. Faust tentava, de qualquer maneira, convencer o jovem gênio a apoiá-lo ou meramente se controlar, mesmo que sem sucesso. Seus outros filhos, entretanto, eram exemplos de disciplina: Ofelia, com doze anos, estudava magia élfica e representava o pai na colônica dos elfos e meio-elfos da cidade; Belder, com nove anos, era um exímio espadachim, embora nada pudesse ser dito sobre Atlan, pois este tinha apenas cinco anos de idade.


 - Realmente, aquele velho consegue ser mais obnóxio que todos os aristocratas juntos - murmurava Dain, enquanto desenhava monstros no seu caderno.
 - Eu acredito que o pai só queira te proteger, mesmo que de forma falha, Dain.
 - Obrigado, Ofelia. Sei que posso contar com você.
Já que Dain estava preso de novo no castelo, decidiu ficar em um dos jardins com sua irmã, conversando e fazendo competições amistosas de desenho.
 - Realmente, Dain, você desenha bem melhor do que eu. Nosso pai ficaria mais satisfeito se você fosse um artista, ao invés de inventor.
 - Eu sei, afinal ele era músico, antes de  se tornar rei. Mas eu não posso escolher meu sonho baseando-me apenas na opinião de um homem ganancioso como ele, e estou convicto que você também não!

Enquanto isso, Faust conversava com seu conselheiro de maior confiança, Crescent:
 - Ainda não estou certo do que estamos fazendo, Crescent. Ele é, afinal, meu filho.
 - Gran Konig Faust, eu humildemente acredito que essa seria a única maneira de elevar a vossa reputação. Podemos perder o projeto Flügel se o príncipe continuar com aquela atitude.
 - Você está certo. Mande chamar Heldry.
Enquanto Crescent saía para falar com Heldry, o rei Faust olhava fixamente para o chão, esperando ter alguma epifania ou ataque súbito de coragem.

Durante a noite, Dain permaneceu acordado, olhando pela janela, e imaginando um mundo maravilhoso fora daquele reino, e talvez, outros mundos além daquele. Seu momento de contemplação foi subitamente interrompido pela porta sendo arrombada. Dain agarrou suas luvas dainianas e tentou lutar contra o invasor mascarado, mas foi facilmente subjugado. Depois de cair, Dain ficou inconsciente, e foi levado pelo invasor para um pequeno barco no porto da capital.
Por um minuto, entretanto, Dain viu, mesmo que de forma embaçada, a figura de seu pai, enquanto estava no barco, e ouviu parte de uma conversa.
 - ... sempre foi seu sonho, Heldry. Não se preocupe.
 - Eu o protegerei com minha vida, Gran Konig...
Depois de ouvir isso, Dain desmaiou novamente, sendo acordado apenas pelo som de vidro se quebrando.

Capítulo III - A Queda
Dain se sentia fraco, pesado e principalmente, confuso. Estava num quarto feito de madeira, muito diferente do seu quarto, e além disso, ele sentia muita fome. Olhou em volta, e viu suas luvas, o que o deixou aliviado. Ao tentar levantar da cama, caiu, e bufou, mas deixou o aborrecimento de lado e se levantou, com a ajuda da pequena mesa na qual estavam suas luvas. Ao manter uma boa posição, Dain vestiu suas luvas, e saiu do quarto, preparando-se para lutar.

Antes que pudesse tomar qualquer atitude agressiva, sentiu-se fraco, e caiu, mas foi segurado pelos braços de alguém. Dain segurou-se na cintura da pessoa que o salvou, e olhando para cima, viu o rosto de uma bela mulher de cabelos ruivos, que o levou de volta para a cama.
 - Foi você quem me raptou? - perguntou ele.
 - "Raptou" não é o termo correto. Digamos que te resgatei.
Dain pensou, por alguns instantes, em cada vez que desejou sair daquele castelo e ver o mundo, e achou que onde quer que estivesse agora, ao menos estaria fora do reino.
 - Meu nome é Heldry. Teu pai me contratou pessoalmente para te levar à força ao continente de Heim.
 - E vocês vão me prender lá, para que eu fique fora dos assuntos políticos ou longe dos olhos aristocratas?
Heldry hesitou por um momento, e disse:
 - Na verdade, o Gran Konig deixou-lhe um castelo nos arredores da cidade de Craft. Você será lorde de um castelo.
 - E no que isso difere de me manter preso?
 - Não é meu trabalho responder a isso. Eu fui paga para treiná-lo.
Dain desviou o olhar, e depois, começou a olhar para suas luvas dainianas, ignorando Heldry, que saiu do quarto, sem dizer uma palavra. Dain pensou para si mesmo, "Que mulher imbecil. Mal consegue lidar com meu tratamento, e acha que poderia me treinar", e começou a gargalhar, até que foi interrompido por uma adaga passando rapidamente por seus cabelos e acertando a parede a seu lado. Dain olhou para o outro lado e viu Heldry, com uma expressão séria, segurando um par de tonfas.
 - O que você tentou fazer, sua louca??? Esqueceu que sou filho do meu pai!? Ele terá tua cabeça por isso, desgraçada!

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