segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Esquadrão Vesper - incompleto

Outro, para variar.



Esquadrão Vesper
Margaret Raviede, de apenas 21 anos, era esposa de um dos mais ricos, famosos e, por que não dizer, mal-falados comerciantes da Europa, Teodoro Raviede. Era uma jovem de cabelos negros e longos, magra e muito bonita, que havia se casado apenas para enriquecer o pai. Mesmo tendo uma vida cheia de luxos, se sentia só, já que seu marido não lhe dava mais atenção, e acabava se dedicando ao passatempo de escrever romances trágicos(consequência de sua tristeza por ser ignorada) que guardava numa gaveta, com esperança de que fossem descobertos e publicados depois de sua morte. Certo dia, Margaret, enquanto andava de manhã pelos jardins da mansão Raviede em busca de inspiração, ouviu gemidos abafados, e por achar que se tratava de criados fazendo sexo(o que seria uma ótima inspiração, diga-se de passagem), foi alegremente investigar.
Quando abriu as portas de um barraco no qual os criados moravam, flagrou Teodoro com uma criada, e tentou conter o grito, mas o som da porta sendo aberta foi notado por Teodoro, que num ataque de fúria por ter sido descoberto, agarrou o pescoço de Margaret, e o apertou. Ela não reagiu, e apenas ficou olhando nos olhos de Teodoro enquanto chorava.
Enquanto começava a perder a consciência, Margaret teve uma súbita vontade de sobreviver, lembrando de como suas histórias terminavam. Ela chutou Teodoro no meio das pernas, e depois, bateu em sua cabeça com um vaso que estava próximo. Enquanto Margaret ajoelhava-se no chão apertando violentamente o pescoço de seu marido, a criada colocava roupas e fugia para avisar as autoridades.
Quando os policiais chegaram, encontraram apenas o cadáver de Teodoro, que havia morrido com 45 anos.

Margaret conseguiu fugir, e vendeu suas jóias para poder ir para a Inglaterra, terra na qual ela achou que poderia ter uma segunda chance, desta vez como escritora. Os meses se passaram, e Margaret não conseguiu escrever algo que fosse aceito para ser publicado, talvez por ser uma mulher.
Foi quando, numa das noites mais chuvosas do verão de 1911, enquanto parava, pensativa, próxima a uma taverna, ouviu uma voz tenebrosa dizendo: "Moça, moça. Por que choras?".
Margaret olhou em volta e viu um homem baixo, velho e feio lhe olhando com uma expressão quase angelical. "Não estou chorando", disse ela. O homem virou a cabeça para o lado e disse "Está sim, por dentro. Vosso passado deve ser triste". Ela gaguejou, e não soube responder, então, sem outras palavras, o homem lhe deu um cartão e se foi.
"Agência de Investigação Paranormal Vespertine" - Margaret sorriu, achando que aquele homem era na verdade só um investigador louco que achava que todos precisavam de sua ajuda.

Alguns dias se passaram, e ela estava sem dinheiro, então ela pensou: "Se eu pudesse trabalhar em algo fácil, que desse muito dinheiro...", e neste momento, ela pegou o cartão da agência Vespertine na sua mesa de cabeceira, e imaginou que alguém que pode criar histórias poderia muito bem trabalhar numa agência charlatã como esta. Com um sorriso sarcástico e os olhos brilhando, Margaret foi para onde o endereço no cartão sugeria.

Ao chegar no local especificado, estranhou o fato de ser apenas um prédio em ruínas, numa rua praticamente deserta. "Não tenho nada a perder, mesmo", ponderou. Ao bater na porta, foi recebida pelo homem que havia lhe dado o cartão.
- Moça! Saberia que a senhora consideraria nossa oferta!
- Mesmo? Parecia que o senhor queria me oferecer serviços ao invés de me contratar.
- Eu sempre soube que a senhora iria se juntar a nós.
- OK, OK. Não precisa tentar me enganar com essa coisa de paranormal. Eu sou uma escritora, e sei inventar histórias, por isso achei que vocês me contratariam. Só isso.
- A senhora não precisa dizer isso a um mero criado. Eu te levarei ao chefe.
O homem pegou firmemente no pulso de Margaret e a levou para uma sala no andar acima, empurrando-a para dentro e saindo logo em seguida.

Devido à iluminação fraca, Margaret pode ver apenas uma silhueta de um homem de chapéu, junto de fumaça saindo de seu cigarro.
- M-meu nome é Margaret e eu vim me candidatar a trabalhar aqui... eu sou escritora de romances...
- Não. Seu nome não é mais este.
Margaret estranhou essa resposta, e antes que pudesse questioná-la, o homem levantou-se de sua cadeira, tirou o chapéu e disse:
- Seja bem-vinda à Agência Vespertine, Lady!!!
Apesar de ter usado de um tom alegre e despojado durante essa frase, muitas dúvidas surgiram na cabeça de Margaret. "Quem era ele?", "Por que ele me chamou de Lady?" e "Afinal, ele era o investigador paranormal?".
O homem se aproximou de Margaret, e ela pode vê-lo de perto. Parecia tão jovem quanto ela, embora seu terno surrado e seu cabelo desarrumado o fizessem parecer um andarilho.
- Se você quiser trabalhar na nossa agência, terá de esquecer seu passado, seu nome, seu trabalho, e acima de tudo, seu nome, então você agora se chama Lady.
- P-perdão. Quem é você?
- Oh, esqueci de me apresentar, de novo! Pode me chamar de Simon. Eu sou o chefe da agência.
- Eu entendo, mas... você parece jovem demais para ser um desses religiosos.
- Religioso? Eu? Não mesmo! Sou apenas um mero detetive.
- ... mas e quanto ao "paranormal"?
- Tenho que mandar o Lazlo consertar isso. Paranormal leva a crer que somos um bando de religiosos enganadores mesmo, mas na verdade nossos casos não são algo que você chamaria de "normal".
- Eu ainda não entendi, mas pelo que vejo, vocês são apenas detetives, então não precisam de uma escritora. Acho que estou indo.
- Exato. Não precisamos de uma escritora. Precisamos de você.
Margaret ficou com o rosto vermelho, e começou a tremer, então pediu permissão para se sentar.
- A-ainda não entendo. O que você investiga, afinal?
- Demônios, fantasmas, alienígenas, viajantes do tempo e criminosos em geral.

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